O conhecimento é reflexo da realidade e esse conhecimento acaba sendo permeado pelas nossas percepções, acaba traduzindo o conhecimento de acordo com o que nós acreditamos, buscando os erros e as ilusões deste conhecimento para ter um reconhecimento puro. Assim se inicia um buraco negro na educação do país, com disciplinas fragmentadas e aulas isoladas.
Os sete saberes necessários são:
1 - O Conhecimento – O primeiro aspecto. O ensino fornece conhecimento, fornece saberes. Porém, apesar de sua fundamental importância, nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento.
2 - O Conhecimento Pertinente – O segundo aspecto. Não ensinamos as condições de um conhecimento pertinente, isto é, de um conhecimento que não mutila o seu objeto. Nós seguimos, em primeiro lugar, um mundo formado pelo ensino disciplinar.
3 - A Identidade Humana - O terceiro aspecto é completamente ignorado pelos programas de instrução. Podemos perceber alguns aspectos do homem biológico em Biologia, alguns aspectos psicológicos em Psicologia, mas a realidade humana é indecifrável.
4 - A Compreensão Humana - O quarto aspecto. Nunca se ensina sobre como compreender uns aos outros, como compreender nossos vizinhos, nossos parentes, nossos pais.
5 - A Incerteza - O quinto aspecto. Apesar de, nas escolas, ensinar-se somente as certezas, como a gravitação de Newton e o eletromagnetismo, atualmente a ciência tem abandonado determinados elementos mecânicos para assimilar o jogo entre certeza e incerteza, da micro-física às ciências humanas.
6 - A Condição Planetária - Esse fenômeno que estamos vivendo hoje, em que tudo está conectado, é um outro aspecto que o ensino ainda não tocou, assim como o planeta e seus problemas, a aceleração histórica, a quantidade de informação que não conseguimos processar e organizar.
7 - A Antropo-ética - O último aspecto, os problemas da moral e da ética diferem conforme a cultura e a natureza humana. Existe um aspecto individual, outro social e outro genético, diria de espécie. Não existe democracia absoluta. Ela é sempre incompleta.
O que se vê é um déficit de programas educativo, escolar ou universitário. E os problemas neles contidos não estão concentrados nos primórdios do ensino, nem mesmo no ensino mais avançado. O tema aborda problemas específicos para cada um desses níveis, em que dizem respeito aos setes buracos negros da educação, completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Programas esses que devem ser colocados no centro das preocupações sobre a formação dos jovens, futuros cidadãos.
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